A fase final da Champions League, com jogo único, além de muita e emoção, nos deu uma aula sobre modelos de futebol.
Primeira final de Champions League sem público, com Bayern “triturador de times” de Munique campeão.

Meus amigos, o que foi essa Champions League? Se você não acompanhou, por favor, busque assistir, pelo menos, os melhores momentos, vale a pena.
Impossível não destacar o 8×2 do Bayern sobre o Barça, os bons times do RB Leipzig – que derrotou o Atlético de Madrid – e o Lyon que passou pelo Manchester City. A Atalanta também merece destaque, apesar de ter ficado pelo caminho contra o PSG.
Sobre a final de domingo, 23/08/2020, o time de Paris chegava com a melhor defesa, contra o ataque poderoso do clube alemão.
Ao analisar o PSG, poderíamos destacar seu ataque rápido e letal. Parece estranho pensar que esse time possuía a melhor defesa.
Isso se deu pela dupla de zaga, Kimpembe e Thiago Silva (que fez seu último jogo pelo PSG), tendo a frente Marquinhos como volante ou terceiro zagueiro e a direita Kehrer, improvisado na lateral, mas zagueiro de origem e, claro, Navas, um dos melhores goleiros do mundo.
Ainda assim, acredito que a defesa do PSG era muito beneficiada pelo medo dos times adversários em se expor, o que não aconteceu com o Bayern.
É claro que ambos são grandes equipes, não à toa finalistas da maior competição de clubes do planeta. Entretanto, percebe-se que a fraqueza do Paris Saint-Germain era exatamente o ponto forte do Bayern de Munique.
Explico.
Faltou ao PSG jogo coletivo. Não quero parecer engenheiro de obra pronta, mas faltou qualidade ao meio campo, o que gerou um abismo entre o ataque a defesa.
Paredes e Herrera são jogadores medianos e foram engolidos na final. Não havia qualidade na construção da jogada. Marquinhos é um grande zagueiro, mas como meiocampista é limitado, principalmente para iniciar a transição para o ataque.
Enquanto isso, do lado bávaro, é incrível como em todas as posições os jogadores são bons, quando não, craques. Conseguiram se defender por meio da tática e não enchendo o time de zagueiros. (Vamos tratar mais sobre isso em um post específico sobre tática).
O PSG começou com o Mbappé pela esquerda, ajudando na composição defensiva, para tentar incomodar as subidas de Kimmich.
No segundo tempo, Mbappé, que vinha de lesão, foi para o meio enquanto Neymar foi para esquerda. O resultado foi que Kimmich conseguiu aparecer com tranquilidade para fazer o cruzamento para o gol de Coman.
Então, a “culpa” do gol foi de Neymar porque não acompanhou o lateral? Não, a culpa foi a falta de jogo/qualidade coletivo.
Paredes e Herrera não conseguiram dar força ao ataque ou à defesa, ao contrário de Thiago – que foi o nome do jogo – e a imposição física de Goretzka.
Cada vez mais, vemos que o futuro do futebol campeão está com os jogadores que cumprem seu papel tático e que seguem e acreditam no seu treinador, mas isso é assunto para outro momento.
O que nos resta agora é aplaudir um futebol magnífico apresentado num ano tão triste e bizarro como 2020 e que comece a próxima temporada (em algumas semanas).